A aurora é um momento de indescritível beleza. Sempre único, sempre diferente. Ao atingir a superfície da terra, os primeiros raios solares fazem florescer a vida. É um momento de nascimento e imensa simbologia, em que a luz rompe a escuridão. Contudo, não é o sol que nasce no horizonte, pois somos nós que estamos em movimento.
Somos nós que renascemos todos os dias.
Oriente-se invoca assim o nosso despertar consciente. É um chamado da alma. O despertar do ser para si mesmo em todas as suas dimensões.
Um caminho para quem se procura, baseado em ensinamentos ancestrais e práticas orientais.
Não é um projeto literário. Há que vivenciá-lo na prática. E nesse processo, que é sempre individual, assumo apenas o papel de facilitadora, apontando caminhos, apresentando propostas práticas, experiências, para que se crie esse espaço para a tua autodescoberta.
As atividades podem decorrer em espaços variados, sendo que a Natureza é o contexto privilegiado quando as condições climatéricas assim o permitirem.
Apaixonada por Filosofia e pelas questões metafísicas, aos 19 anos sou confrontada com a notícia de que tinha sido diagnosticado um carcinoma ao meu avô paterno, já num estado avançado. Se há momentos na nossa vida que significam viragens significativas no nosso percurso, na minha este foi, sem dúvida, um deles e aquele que acabaria por me levar à descoberta do Reiki.
Na tentativa de encontrar uma cura para esta fatalidade, mergulhei na pesquisa do vasto mundo da medicina alternativa e complementar e, perante a realidade que se mostrava cruel, imprevisível e transitória, redefini prioridades e acabei, pouco depois, por abandonar a vida académica e dedicar-me ao autoconhecimento.
Em 2003 o destino leva-me para Lisboa, onde realizo vários retiros e práticas meditativas e foi em 2004, enquanto frequentava o curso de Gnosis na AGEACAC Portugal - Associação Gnóstica de Estudos Antropológicos e Culturais, Arte e Ciência, que a Catarina me falou no Reiki pela primeira vez.
Com o objetivo de adquirir novas ferramentas para o autoconhecimento, dou início à minha prática, concretizando o curso de nível 1, no Sistema Usui Shiki Ryoho, em Maio de 2005 com a Mestre Ana Brandão. Apaixonei-me imediatamente. Na mesma altura, o curso de monitora de hidroginástica e atividades aquáticas despertou-me o interesse na anatomia e fisiologia.Em Novembro desse mesmo ano, com o objetivo de aprender a prática nos outros, avancei para o nível 2, desta vez com a Mestre Jacqueline Reyes com quem praticava aulas de Meditação. No mês seguinte, estava de regresso aos Açores. Interiormente, tinha chegado a hora de regressar a casa.
Comecei a praticar voluntariamente durante 4 anos com amigos e familiares com o propósito de divulgar e de compreender melhor as várias técnicas e a forma como diferentes pessoas poderiam reagir. Como tudo na vida, queria que o meu conhecimento fosse experimentado e não apenas adquirido através da leitura. E, como sempre vivi o Reiki numa perspetiva de desenvolvimento pessoal e autoconhecimento, só em 2010 senti-me preparada para avançar para o nível 3-A.
Com a Mestre Dulce Dias, é-me dado a conhecer o projeto da APR – Associação Portuguesa de Reiki – Monte Kurama, à qual me associo para tentar a introdução desta terapia complementar na Unidade da Dor e Cuidados Paliativos no Hospital de Ponta Delgada, onde sou voluntária.Começo também a fazer um trabalho mais sério de divulgação, desta vez como coordenadora do núcleo regional de Ponta Delgada, com o intuito de procurar mais praticantes residentes que se pudessem juntar ao projeto da APR para a credibilização e reconhecimento do Reiki em Portugal.
É também através da APR que dou início a um projeto de voluntariado na Associação de Doentes de Dor Crónica dos Açores, em Outubro de 2010. O objetivo, para além da divulgação desta terapêutica, foi o estudo da eficácia da sua aplicação como terapêutica complementar em patologias físicas severas, uma vez que, até então, a minha aplicação deste método tinha sido maioritariamente como resposta a uma procura de bem-estar mental/emocional.
É também nesse mesmo ano que começo a trabalhar profissionalmente na área, após um convite de uma clínica de terapias complementares, como terapeuta Reiki. Foi com essa experiência que percebi a satisfação pessoal que a prática do Reiki me proporcionava em contexto profissional.
O trabalho de divulgação realizado como coordenadora da APR trouxe-me ao mesmo tempo visibilidade e muitos foram aqueles que começaram a procurar-me no sentido de fazer a sua formação em Reiki. Foi esta procura e este estado inegável de satisfação que me trazia a sua prática, aliado à consequente necessidade de aprofundar o conhecimento sobre a mesma, que me levaram a decidir começar finalmente, em 2014, a Formação no nível 3-B.
Em 2013 inicio o Gokukaiden – Curso de Formador de Reiki Tradicional, com o Mestre João Magalhães.
Em 2014 abraço os trilhos do Xamanismo com a Helena Pereira e inicio-me no caminho da Medicina Inca com Terri Van Omen.
O fascínio pela ciência corporal vista pelos olhos da Ayurveda, Medicina Tradicional Indiana ditou que frequentasse também um curso intensivo de Massagem Ayurvédica Ayuryoga, criado pela Mestre Kusum Modak em Pune (Índia) e ministrado pela experiente fisioterapeuta Puja, uma verdadeira mestre na arte.
Em 2015 iniciei a minha prática no Karuna Ki e estou a desenvolvê-la com o Mestre Alexandre Estevam.
Quando, em 2003, tinha decidido ir à procura de um sentido maior na vida que merecesse os infortúnios que esta apresenta, nunca pensei que fosse encontrar algo que me fizesse tanto sentido. O Reiki na minha vida, sempre esteve presente como uma ferramenta para o autoconhecimento e desenvolvimento pessoal, em primeiro lugar. Como consequência desse trabalho, um processo demorado (e permanente) de avanços e recuos, acabei por encontrar a minha forma de me expressar no Mundo.